quinta-feira, 22 de abril de 2010

Homenagem sentida.

Passaram uns dias e é meu dever prestar-lhe homenagem. Morreu. Morreu afogada na ingenuidade que todos gostam de pensar que tinha. Morreu cravada de balas de sorrisos envenenados. Morreu e pronto. Morreu na candura da sua benevolência. Resta recordá-la. Era boa 'moça'. Coração enorme, diziam que ... sempre disponível, até demais. Delicada, preocupada com o bem-estar da envolvência, acenava que sim mesmo desejando o não. Uma miúda ainda. Foi uma pena. Tão novinha ... Sei que agora reencarnarás em alguém com um karma difícil. Tu gostavas de um bom desafio ... pode ser em mim :) eu cá te espero, mais 'crescida', menos doce mais forte. Até lá ... descansa em paz!

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Problemas de ... merda.

São 9.47h e estou em casa. O meu filho convidou um amigo para vir passar a noite de ontem e estamos ainda a acordar. Mas já consegui receber duas chamadas (uma de serviço e outra particular). A de serviço entende-se. A particular não. A conversa começa assim: 'Gaja, tás boa? Ó pá vêm estes dias bons de sol e não aguento botas calçadas. Tenho um problema. Tenho um grande problema. Não tenho nada para calçar nesta meia estação'. Pareceu-me ouvir tudo aquilo que acabei de transcrever e respirei fundo antes de responder e acho mesmo que devo ter contado até 590 e muitos antes de voltar a abrir a boca. E abri. 'Vai comprar uns sapatinhos leves baratinhos até o calor estabilizar e depois andares de sandálias'. E fui tão doce. Mas ela depois diz-me isto: 'O problema é que o que se usa nesta meia estação não combina comigo'. E foi aqui que respondi: 'Oh foda-se, que grande problema que tu tens. há quem perca filhos no rio ou nas estradas. Há quem lute contra doenças filhas da puta. Há quem estique dinheiro até ao final do mês. Mas tu não tens uns cabrões de uns sapatos de meia estação nas sapatarias de Lisboa que combinem contigo ... sabes ... isto das compatibilidades entre pessoas e sapatos é uma merda. Pior ... é uma sorte!' E ela abre a boca para me perguntar isto: 'Ups tu não estás bem. Queres falar?' Fiquei sem bateria no telemóvel. Por uns dias!

A minha Alma está ...

Alguém me disse que o me aguenta é a Alma. Talvez tenha razão. O Oscar já o sabia ... As Subtilezas da Alma Tal como o corpo assimila coisas de toda a natureza - vulgares, poluídas ou purificadas por um padre ou por uma visão - e as converte em destreza ou força, músculo ou suavidade de linhas, curvas e cor do cabelo, dos lábios e dos olhos, assim também a Alma, por sua vez, tem as suas funções assimiladoras e pode transformar em nobres pensamentos e elevadas paixões o que em si mesmo é baixo, cruel e degradante; mais ainda, pode encontrar nestas a maneira mais digna de afirmação. E muitas vezes pode revelar-se a si mesma de um modo mais perfeito através daquilo que estava destinado a destruí-la ou a profaná-la. Oscar Wilde, in "De Profundis"